"Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala."
"Para temperamentos nostálgicos, em geral quebradiços, pouco flexíveis, viver sozinho é um duríssimo castigo."
"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais."
"Há situações na vida em que já tanto nos dá perder por dez como perder por cem, o que queremos é conhecer rapidamente a última soma do desastre, para depois, se tal for possível não voltarmos a pensar mais no assunto."
"O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas."
Meu querido escritor, que me mostrou que escrever é muito mais do que contar histórias e me fez ver a miserável mesquinhez dos meus textos de dores e amores, quando no mundo anda a dor das guerras e o sofrimento dos deserdados, por você eu choro hoje, por me dar conta que, embora não lhe tenha lido toda a obra, não terei mais a oportunidade de ler a que viria depois dela.
Sonia Nascimento, Luto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário