sexta-feira, 5 de março de 2010

E o Hiago?



Poeminha para os netos
E o Hiago?
Tão danado o Hiago lá no alto, tão Hiago o alto lá danado,
tão alto o danado lá Hiago, tão meu neto o Tiê lá na nuvem.
O meu menino andaluz sobre as pedras e voa,
e toma a idéia de ir fiando o pano, nele lançando o que há-de vir.
O pano tecido de idéias, de não-limites, de sem-bordas.
Quando der por realidade, já terá arribado em asas que, agora, de-voar tem.
Pousa o meu menino, é firme o chão daqui, lugar de ir-se, e desata risos.
É que Hiago pode o de voar e são suas as asas de arribar o sonho.

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quarta-feira, 3 de março de 2010


Explicar o poema suspenso no ar,
pronto e definido, as rimas as portas todas abertas.
Domar sua força, dobrar sua fúria,
como colocar as palavras, acender os relâmpagos
definir os limites e dizer: está pronto o poema?
Manter certeza, exata a certeza:
o poema vai pintar, o poema vai cantar e abrir os olhos.
O poema desvenda
a loucura que tua ausência provoca em mim,
beijo que estou dando no ar
Difícil manter o poema suspenso no ar.

terça-feira, 2 de março de 2010


O itinerário possível da forma
é incerto
não sabido

A possível queda da pluma
incerta
não é

O itinerário
é possível quando
é possível saber?
(não é)

O itinerário completo do corpo
é bonito mesmo à noite

O roteiro não contempla
o chão real e duro
não estuda
não sabe
o que é possível

O retrato esconde
o itinerário
do tempo possível
nem forma
eu pluma
nem quando
não é
ou não sou

segunda-feira, 1 de março de 2010


Nada é tanto
que não possa
voar
passar
valer
pintar
cantar
gritar
falar
ousar
falhar

Nada é menos
ponto
vírgula
viagem
chegar
mesmo

Tudo
calmo
mesmo
que
alvoroço
em
meu
coração