Quem sou eu






Meu nome é Sonia Fernandes do Nascimento. Nasci em Santos, SP, em 1949. Em 1976 me mudei para o Paraná e, entre altos e baixos, idas e vindas, acabei por ancorar no porto de Antonina onde fiquei por 20 anos. Voltei para Curitiba e olha eu aqui de novo (pra sempre, será?) Trabalhei na PETROBRÁS em três Refinarias (Cubatão, São José dos Campos e Araucária) e na Usina de Beneficiamento do Xisto (São Mateus do Sul). Aposentei-me em 1995. Quando eu trabalhava, sonhava com a aposentadoria, quando eu ia ler todos os livros e escrever todos os contos, viajar todo o mundo. Ledo engano. A aposentadoria real ainda não consegui, essa de ficar fazendo só o que gosta, essa que todo mundo sonha, porque a vida real é o dia a dia. As coisas se apresentam como são. Claro que hoje, em alguns momentos, gosto de lembrar daquela aposentadoria sonhada e imaginar onde eu estaria agora se isso ou aquilo. Faz parte da gente sonhar, que bom que é de graça. Mas a vida me deu muitas alegrias depois que pendurei as chuteiras: meus oito netos nasceram depois disso. Viajei para a Espanha e foi uma viagem maravilhosa. Ganhei alguns prêmios com os meus contos, conheci escritores que admiro, recomecei a estudar (é certo que também parei de estudar de novo). Exerci meu direito de cidadã em muitas ocasiões, berrando aos quatro ventos via Internet, meus credos, minhas convicções e meus sonhos. É isso, essa sou eu, a Vovó Duda do Tiê, da Luna, do German, do João Antonio, da Catarina, da Mariana, do Francisco e do Miguel. A companheira do Paulo Cequinel pelos últimos trinta anos, com direito (ou torto) intervalo de 1 ano, a mãe do Juninho, da Soraynha, da Nayre e do Jean, a madrasta (ai, que não tem outro nome) do Paulinho e do Luciano. A irmã da Célia e da Jussara, tia do Adilsinho, da Kátia, do Davi, da Ana Luiza, do Daniel. E tia postiça de um outro tanto de sobrinhos, cunhada de uma carrada de irmãos  e irmãs do Paulo. Neta da vó Xandoca, que já se foi, filha do Osny e da Alzira, que também partiram pra outra dimensão, nora da dona Geralda primeiro e depois da dona Carmelita, saravá onde estejam e que olhem por mim.