Segunda Feira é dia de limpar migalhas e achar as incontáveis e minúsculas peças de lego por baixo do sofá, das cadeiras, dos armários da cozinha, dos computadores. Eu faço isso com um sorriso que me acompanha a manhã toda, porque fico lembrando dos meninos levados, que me enternecem os fins de semana. Ter uma criança de dois anos em casa, nos meus setenta anos de vida, não é um transtorno, como muitos que me indagam imaginam. A presença deles, dos dois netinhos mais novos, na minha casa, é um bálsamo para meus achaques de velhice. É uma cura para o mundo lá fora, que se transformou num lugar onde ninguém mais cabe. Ao mesmo tempo me entristece a distância das netas e neto de São Paulo, que crescem sem me ter por perto, Nunca vão saber como eu sou, quem eu fui, como os amo, como sinto falta de tê-los aqui perto. Oito netos, que crescem como abóboras no jardim que já não tenho. Enfim, existe a possibilidade de novos sábados e domingos. E vamos esperá-los, enquanto o mundo no meu computador pega fogo e grita: #LulaLivre!
