Não sendo eu disseminadora de boatos, prática abominável, que na minha casa não encontra abrigo, costumo questionar a quem de direito usando meu nome e sobrenome e palavras claras e objetivas. Este hábito, cultivado por minha família (marido e filhos e agora também os netos) nos tem granjeado inimizades e desafetos, mas também credibilidade, já que sempre assumimos (nós todos daqui de casa) a responsabilidade por nossas ações, com nome, CPF e RG.
Pois bem, neste blog fiz alguns questionamentos ao Senhor Prefeito, não por maldade, mas com todo o direito de cidadã, moradora do bairro do Batel e pagadora de todos os impostos legais, e que diziam respeito a obras iniciadas e sem continuidade no momento.
Ontem, em nome da Associação de Moradores do Bairro do Batel (AMBB), participei da VIII Conferência Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente do Município de Antonina, que foi organizada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Presente o Senhor Prefeito, que fez a abertura da Conferência.
Uma das qualidades que aprecio no nosso Canduca é a franqueza e a disponibilidade para explicar as ações de seu governo. Não estou sendo irônica. Esse defeito reservo para os desafetos, o que não é o caso. Nosso prefeito explicou o seguinte, que passo a relatar, uma vez que considerei como resposta aos meus questionamentos no blog:
1 - O Município de Antonina saiu do desastre de março deste ano muito fragilizado. A população parece esquecer que 88 famílias ainda estão desabrigadas e que perdemos duas vidas com a tragédia. Os esforços do município estão voltados para sanar, no menor prazo possível, as pendências decorrentes dessas prioridades.
2 – A crise internacional é séria e de proporções ainda não sabidas. O governo federal, com toda a razão, contingenciou verbas que estavam garantidas para as obras do município. Da mesma forma, o governo do estado, que havia garantido verbas para o município, reteve os valores, até que os horizontes internacionais sejam mais claros e permitam o gasto público.
Pertencem a este corte o asfalto da Penha, Pita e Praia dos Polacos, as ruas do Batel (por que parou...), o Ginásio de Esportes, o saneamento básico, a quadra da Feira Mar, do Jardim Maria Luiza.
Em compensação, as boas notícias, sempre necessárias:
Antonina venceu a guerra contra a mortalidade infantil: passou do índice de 24 mortes por 1000 habitantes para três mortes por 1000 habitantes. O programa Meu Filho, Minha Vida, desenvolvido na Estação aos sábados, para as futuras mães (adolescentes ou não), apresenta vídeos e palestras, orientações de profissionais e agendamento automático de ações de saúde até os dois anos de idade da criança.
Galerias pluviais estão sendo revistas, para impedir que as ruas inundem com a chuva.
A empresa Techint estará assinando no dia 24 de novembro um contrato com o governo do estado para ocupar uma área do Porto de Antonina, onde será instalada uma unidade da empresa, que irá fornecer à PETROBRÁS serviços na área do PRE-SAL. Isso vai significar 1500 vagas de emprego em Antonina.
A prefeitura entrou finalmente com o programa de reciclagem do lixo, retirando as famílias que trabalhavam no lixão para instalações adequadas, no barracão próprio da cooperativa. O aterro sanitário vai finalmente ser inaugurado e o lixão será um pesadelo do passado.
O prefeito queixou-se de que a cidade não oferece meios de comunicação para que essas notícias, boas ou más, sejam divulgadas (por que parou...), uma vez que não há jornal periódico e a prefeitura não pode investir nessa área, por falta de verbas. Mas eu quero lembrá-lo que a Internet oferece hoje a alternativa melhor de comunicação com a população e de graça. Um blog da prefeitura atualizado diariamente varreria os boatos que correm de boca em boca e que crescem em detalhes acrescentados pela imaginação fértil da população.
Estão aí, fatos e dados, que me vi na obrigação de divulgar. Quanto aos acontecimentos do Congresso, prefiro dizer apenas que a democracia é um exercício contínuo e difícil, mas que deve ser perseguido por todos os segmentos da sociedade. E que, mesmo em minoria, as organizações populares estarão representadas no novo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.