quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A votação da Câmara de Vereadores e eu.

          Como se esperava, a alteração do Plano Diretor foi aprovada ontem pelos vereadores. Surpresa para os eleitores de Margarete foi o seu voto a favor. Isso exige uma discussão à parte, que farei no momento devido.
          O que me impressionou foi a fumaça que os favoráveis à alteração jogaram sobre os olhos da platéia selecionada: de que a AMBB é contra o progresso e os empregos. Mais ainda, que seríamos o retrocesso de quem já tem o seu ganha pão garantido e dos que esperam pelos novos empregos. Em nenhum momento o padre Marcos, defensor da Fortesolo, falou da ilegalidade da construção do barracão, nem da falta de discussão do tema com a população DIRETAMENTE AFETADA, da qual, senhor  padre, senhor prefeito, senhores e senhora Vereador@s, faço parte. Moro nas Malvinas. Minha casa fica bem no lugar onde o prefeito quer instalar uma área industrial. Estou aposentada,senhor padre, e o único patrimônio da minha família é esta casa, que os senhores pretendem transformar em pó (de adubo e quem sabe do que mais).
          Não me envergonho de fazer a luta política, porque qualquer reivindicação de cidadãos é luta política. Lutar pelos direitos (meus e dos outros) não é vergonha nenhuma, senhor padre. Sua igreja sempre tentou vender essa imagem, de que os cordeiros de Deus devem mugir somente quando o padre deixar, e serem tangidos para onde a igreja quiser ou for do interesse dela. O senhor não vai conseguir me fazer sentir envergonhada de lutar pelos meus direitos e da minha família. Direito de morar num bairro decente, sem poluição, sem sujeira, sem perigos. 
        O senhor sabe que a questão não é de empregos. O senhor sabe que os empregos podem ser construídos no local adequado. O senhor sabe porque a Fortesolo não quer construir no porto e sim na entrada da cidade. Porque o senhor e o prefeito não querem contar isso para a população? Eu quero saber. Eu TENHO O DIREITO ASSEGURADO EM LEI  DE SABER. A Lei 20/2008 me assegura esse direito.
            O senhor jogou fumaça nos olhos dos rapazes fortões convidados a lhe aplaudir. Não ouviu, ou fingiu não ouvir a fala da AMBB. Nossa fala pedia a legalidade do processo. Não dissemos, em nenhum momento que somos contra os empregos. PORQUE ESSES EMPREGOS TEM QUE SER CONSTRUÍDOS NOS BAIRROS POPULOSOS, NA ENTRADA DA CIDADE? Nem o senhor, nem a Câmara, nem o prefeito respondem a essa pergunta.
             Por fim, senhor@s todos envolvidos nessa grande trapaça, asseguro que não vou parar de lutar. Lutar não é vergonha. Vou combater o bom combate, como fizeram meus pais e como a minha família, da qual muito me orgulho, sempre fez. 
             Que Deus se compadece da alma do padre. Ou não (como diria aquele velho compositor baiano).

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