Hospícios e expertos navegantes
Temos visto o chamado dos olhos dos nossos irmãos.
Os que se preparavam para o desastre
neste paredão amarelo cheio de portos.
Crescem hinos à matança.
Que a negociação seja impossível, marinheiros da loucura!
Confundamos nossos algozes com nossos cânticos!
A música será violenta como um veleiro destroçado.
Amor desesperado, oculto, crescendo sob minha pele
Como um lagarto caliente.
Já é hora de poetizar tua próxima morte.
Ânfora de licor mortal. Beber até ser diferente.
Noite de paisagem vermelha
onde crescem demônios em meus escritos.
Queria não te recordar,
amada minha de pele branca e negros cabelos.
Queria não lembrar teu olhar ébrio chegando até minha pele.
Meus dias são inquietos e
minha noite embarcação abandonada entre relâmpagos.
Onde estarão meus irmãos?
Onde dormem esperando?
Pronunciado sol,
não permita que minha pele vacile.
Saquearam minha alma.
O invasor chegou até meu coração e queimou meus olhos,
proibiu meu pranto.
Eu pretendo continuar escrevendo, respirando.
Atiçando o lagarto caliente sob minha pele.
Versos violentos como uma cabeça destroçada.
Nous sommes du soleil.
We love when we play.
Este poema em verdade não é meu. Trata-se de uma tradução, modesta tradução, diga-se desde logo, de magnífico poema que li na revista uruguaia chamada CRISIS, creio que no final dos anos 70. Não sei o nome do autor. Lembro que "traduzi" e ousei colocar umas coisa minhas, mas não lembro as poucas coisas que introduzi na minha versão.
ResponderExcluirAntes que o autor - uruguaio, argentino? - me processe, declaro que este belo e intenso poema não é meu. Mas eu gostaria que fosse.